terça-feira, 8 de março de 2016

Expodireto-Cotrijal é estimulada por safra agrícola farta e alta de preços

Depois de vencer adversidades climáticas, produtores estão na expectativa de maior rentabilidade se o dólar se mantiver próximo a R$ 4.





No caminho de uma colheita em torno de 31 milhões de toneladas, a segunda maior produção da história, os agricultores gaúchos foram colocados à prova na safra 2015/2016. O salto nos custos de produção, a dificuldade de acessar crédito e a fúria do fenômeno El Niño no plantio das lavouras atordoaram os produtores em meio a um cenário econômico já turbulento no país.

Desafiados a driblar adversidades climáticas e conjunturais, são recompensados agora com a previsão de uma das maiores rentabilidades da última década – resultante de uma safra farta e do dólar no patamar de R$ 4. Mas, se a cotação da moeda americana cair - como ocorreu na sexta-feira, quando encerrou a R$ 3,71 - os ganhos começam a virar perdas.

A colheita de milho, que já ultrapassou 50% das lavouras, vem confirmando produtividade recorde, e com a expectativa de repetir uma boa colheita na soja, os agricultores que participam da Expodireto-Cotrijal sabem que, com ou sem crise, só há uma direção a seguir: produzir, e cada vez mais. É com esse sentimento que eles vão até Não-Me-Toque, em busca de tecnologia para garantir o rendimento das lavouras nos próximos anos:

– Preciso de um pulverizador autopropelido, aumentei a área, o meu antigo não dá mais conta do trabalho – conta Diógenes Mello Giovanella, 38 anos, que irá comparar as opções de mercado durante a feira.

Renda menor retrai arrozeiros


Produtor em Santo Antônio do Planalto, próximo a Carazinho, no norte do Estado, Giovanella cultivou 516 hectares de soja neste ciclo. Diante do bom desenvolvimento das plantas, beneficiadas por chuvas regulares em fevereiro, espera colher em média 60 sacas por hectare. Com a saca de 60 quilos sendo vendida a mais de R$ 70, devido à cotação próxima a R$ 4 do dólar na conversão ao real, o produtor calcula que terá uma das melhores lucratividades dos últimos anos.

– É o ano de fazer caixa, pois não sabemos o que virá daqui para a frente – diz o produtor.

O otimismo de Giovanella é justificado também por ter comprado grande parte dos insumos da lavoura em março do ano passado, quando o dólar estava em R$ 2,90. Se a moeda americana estivesse nesse mesmo patamar hoje, a saca do produto estaria sendo vendida por, no máximo, R$ 56 no Rio Grande do Sul.
Fonte: Jornal Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário